17 agosto 2012

O ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO


Risco invisível: o assédio moral nas relações de trabalho


Dados da Organização Internacional do Trabalho apontam que 42% dos brasileiros já sofreram assédio moral.

Vivemos em uma sociedade que se transforma a cada dia. Com os avanços tecnológicos,
 as pessoas passaram a se comunicar por meios eletrônicos, minimizando a comunicação pessoal. Para entender todo esse processo de mudança, um olhar mais atento para as relações interpessoais é urgente e necessário.

O ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO
FORMAS DE ASSÉDIO MORAL

O problema da deterioração da qualidade das relações humanas muitas vezes aparece
 no trabalho. Um ambiente por vezes opressor, sem respeito, com diálogos ásperos e brincadeiras humilhantes, ferindo a dignidade e o respeito pelo outro. Está instaurado
 nesse ambiente um grave problema do século XXI: assédio moral. Ele provoca danos
 muitas vezes irreversíveis à saúde física e mental dos trabalhadores.

Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o assédio moral já é considerado um grave problema para a saúde pública. O levantamento revela, ainda, 
que 42% dos brasileiros disseram ter sofrido algum tipo de assédio moral.

Um estudo de caso publicado no site da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra
 que, na Bulgária, o assédio moral e sexual é muito comum no local de trabalho. 
O principal aspecto para esse fato baseia-se no papel do homem e da mulher na
 sociedade, sendo que, tradicionalmente, a mulher sempre foi vista como objeto sexual.

No Brasil, na última década foram registrados avanços a respeito desse tema. 
O debate sobre os princípios éticos no trabalho ganhou destaque nas discussões parlamentares, empresariais e em diversos sindicatos.

É importante ressaltar que devem ser tomados cuidados para não se criar um clima de histerismo a respeito do tema e evitar que situações pontuais no ambiente de trabalho
 sejam tabuladas como assédio moral. Esclarecendo: um ato isolado não é assédio
 moral. Para que uma conduta equivocada no ambiente de trabalho seja entendida
 como assédio, alguns aspectos são importantes, como repetição sistemática, intencionalidade, direcionalidade, temporalidade e degradação e liberada das condições
 de trabalho.

No entanto, práticas constantes de violação ao respeito, dignidade humana, cidadania, 
imagem, honradez e autoestima devem ser tratadas como coação moral, pois ferem o
 direito à igualdade prevista na Constituição federal. O trabalho não se restringe à mera dependência econômica subordinada, mas prevê o respeito ao outro, a cooperação e reconhecimento, autonomia do saber-fazer, justiça e afetividade ética.

Em um período de constantes avanços científicos e tecnológicos, temos de voltar a
 atenção aos princípios básicos de convivência humana. As relações de trabalho devem priorizar a dignidade humana e a ética profissional.

É preciso rever as práticas e os valores sobre as relações humanas e tentar impedir que
 esse risco invisível no mundo do trabalho prejudique o dia a dia e o desenvolvimento profissional dos de trabalhadores e trabalhadoras do nosso País.

Fonte do texto: Fabrício Vieira de Moraes / coordenador pedagógico do Ético Sistema de Ensino, da Editora Saraiva Fonte: IG Carreiras.