16 janeiro 2014

RECICLAGEM UM ATO DE CIDADANIA

Reciclagem: um ato de cidadania

ARTE COM RECICLAGEM E CIDADANIA
RECICLAGEM UM ATO DE CIDADANIA

Ter em casa uma lixeira especial para separar material que pode ser reciclado do lixo comum. A coleta seletiva vem conquistando uma maior quantidade de adeptos na cidade com o passar dos anos. Os números mostram que esse ato não é uma questão apenas de simpatia por umestilo de vida sustentável, mas um imperativo para manter a qualidade de vida da população e evitar uma maior degradação ao meio ambiente. Ao contribuir para a reciclagem do lixo, o cidadão cumpre com a obrigação com os resíduos que ele deposita no ambiente. A coleta seletiva possibilita, a partir da reciclagem, que o plástico, papel, vidro e metal - que iriam poluir as cidades - possam voltar a ser matéria-prima de uma série de produtos, com menor impacto para o ambiente. Além disso, a coleta também possibilita, de forma indireta, que centenas de famílias mudem de vida com o dinheiro que recebem recolhendo produtos para a reciclagem.

Todos os dias, a assistente social Maria de Farias, de 54 anos, analisa bem o que joga no seu lixo. Materiais como latas, embalagens plásticascaixas de papelão, objetos de vidro não vão mais para o lixeiro comum da cozinha. Cuidadosamente, Maria limpa os objetos que possam conter algum resto de alimento perecível e coloca tudo o que separou em um saco apropriado. Esse lixo terá um destino diferente. Ao invés de ser encaminhado para o aterro, onde iria ser atulhado e levar até centenas de anos para se decompor, o que a assistente social separou de forma meticulosa vai seguir um caminho diferente, que irá culminar em um destino mais nobre: será reciclado. Uma vez que o saco de lixo for depositado na calçada da rua onde ela mora, no bairro de Cajueiro, vai ser recolhido por um caminhão especial da Prefeitura do Recife, que faz a coleta seletiva e encaminha esse material para a reciclagem.

O gerente de coleta seletiva da Emlurb, André Penna, explica que reciclagem, objetivo final da coleta seletiva do lixo, é um termo utilizado para designar um processo físico-químico ao qual certos materiais são submetidos e que permite que eles voltem a ser matéria-prima e possam ser reaproveitados pela indústria. Esse processo minimiza a utilização de fontes naturais, muitas vezes não-renováveis e diminui a quantidade de resíduos que seriam depositados no meio ambiente, já que a decomposição desses materiais na natureza pode durar de três meses, no caso do papel, até um milhão de anos - tempo que o vidro demanda para se desintegrar.

A importância de se preservar o meio ambiente é assunto recorrente na mídia, nas escolas, nas associações comunitárias e até nas igrejas. Cada vez mais pessoas têm a responsabilidade de Maria, mas esse número ainda é insuficiente. No Recife, de acordo com Penna, a coleta seletiva de lixo no sistema porta a porta foi instituída pela prefeitura em 2001. No início, eram atendidos apenas três bairros: Graças, Derby e Espinheiro. Em 2004, o número subiu para 19 bairros, e por fim, desde 2006, 45 bairros, dos 94 que integram a cidade, dispõem desse serviço. Ainda de acordo com o gerente de coleta seletiva, todos os meses são coletados cerca de 160 toneladas de plástico, vidro, papel e metal, que irão se transformar novamente em matéria prima. É pouco, se pensarmos que o Recife produz 1.900 toneladas de lixo todos os dias. Desse total, cerca de 20% a 25% poderia ser reciclado.

“Até ser recolhido pela Prefeitura, o lixo é responsabilidade de quem o produziu. Fazer uma separação correta e buscar depósitos de coleta seletiva é um ato de cidadania”, explica Penna. Ele afirma, ainda, que a prefeitura pretende ampliar, nos próximos meses, a coleta seletiva porta a porta, até que toda a cidade conte com esse serviço.


Fonte:  Folha de Pernambuco
Fonte: http://www.reciclaveis.com.br