O Sistema de Índices de Sustentabilidade Urbana (SISU)
- Pressão por consumo doméstico. Este indicador mede a pressão exercida por domicílios de alto poder aquisitivo.
O Sistema de Índices de Sustentabilidade Urbana (SISU) tem por
objetivo fornecer uma ferramenta de análise da sustentabilidade nos
aglomerados metropolitanos brasileiros.
Faz parte, portanto, do esforço acadêmico desenvolvido recentemente,
no Brasil e em outros países, para a construção de índices e
indicadores de sustentabilidade. Desse modo, refletindo o estado da
arte, nacional e internacional, na elaboração desses índices e
indicadores, o sistema apresentado neste artigo, certamente, ainda
está sujeito ao aperfeiçoamento inerente ao debate acadêmico e com
todos os politicamente interessados.
Sistema de Índices de Sustentabilidade Urbana |
Como poderia se esperar, a construção do sistema de índices
deparou, inicialmente, com o problema de tornar comparáveis os dados,
geralmente, de diferentes fontes, produzidos em escalas distintas,
com cobertura espacial e distribuição temporal diversas.
Compatibilizar essas informações não é uma tarefa simples,
tornando-se mais complexa quando, muitas vezes, não se dispõe de
informações e necessita-se construir proxies adequadas. Essas
limitações iniciais, longe de se transformarem em impedimentos,
acabaram servindo como desafios, respondidos sem se perder o
necessário rigor que o tema sustentabilidade exige.
O Sistema de Índices de Sustentabilidade Urbana: concepção e composição
A
abordagem escolhida foi a da construção de um sistema de índices
temáticos, como adotado pelas versões mais recentes do Programa de
Indicadores Urbanos do Habitat (UNCHS, 2004), dos Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (United Nations, 2001) e
do Indicadores de Desenvolvimento Sustentável-Brasil 2004 (IBGE,
2004), em lugar da construção de um único índice síntese. Isto
porque, se por um lado, os índices sintéticos, ou compostos, possuem a
clara vantagem de uma comunicação ágil, por outro, são muitas as
críticas a eles dirigidas. Argumenta-se, com propriedade, que
indicadores sintéticos reduzem a dimensão das diferenças e escondem
desigualdades e heterogeneidades internas às unidades de análise
(UNDP, 1992; Herculano, 2000; Fundação Seade, 2002). De fato, testes
estatísticos realizados pelos autores com o conjunto inicial de
variáveis coletadas pelo projeto de pesquisa que deu origem a este
artigo, revelaram a baixa sensibilidade de um índice sintético para
discriminar, significativamente, as diferentes unidades de análise no
contexto dos indicadores aqui calculados.
Em consonância com a definição de sustentabilidade urbana aqui
adotada (item 1), o SISU é composto por três índices temáticos:
índice ambiental, índice de capacidade político-institucional e
índice de desenvolvimento humano municipal. Cada índice mede o
progresso em relação a um conjunto de objetivos relacionados à
sustentabilidade urbana. O primeiro índice mede as prioridades de
sustentabilidade urbana relativas à melhoria da segurança ambiental e
à prevenção da degradação. O segundo mede as prioridades de
sustentabilidade urbana relativas ao fortalecimento da cidadania e
promoção do engajamento cívico. O terceiro mede as prioridades de
sustentabilidade urbana relativas à superação da pobreza e promoção
da equidade.
Os índices ambiental e capacidade político-institucional foram
elaborados e construídos pelos autores no âmbito da pesquisa aqui
mencionada. O índice de desenvolvimento humano municipal é aquele
produzido pelo IBGE/FJP/PNUD, que consiste em uma aplicação da
metodologia do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP) para o contexto dos mais de
cinco mil municípios brasileiros.
Os índices temáticos são formados por um conjunto de indicadores,
que por sua vez são compostos por uma série de variáveis relativas
aos fenômenos estudados, observadas diretamente ou como proxies.
A escolha preliminar dos indicadores e variáveis foi baseada nas
matrizes de sustentabilidade propostas no projeto Biodiversidade,
População e Economia (Paula, 1997), nas variáveis e indicadores
utilizados no ESI (Environmental Sustainability Index) (Environmental
Sustainability Index, 2002) e nos indicadores do Programa de
Indicadores Urbanos do Habitat (UNCHS, 2004).
Obviamente, foi necessário realizar adaptações importantes de modo a adequar os indicadores e variáveis à escala local e à realidade metropolitana. Os critérios considerados para tanto foram: a) relevância, isto é, capacidade da variável em traduzir o fenômeno; b) aderência local, isto é, a capacidade da variável (indicador) em captar fenômeno produzido ou passível de transformação no plano local; e c) disponibilidade, cobertura e atualidade dos dados.
Obviamente, foi necessário realizar adaptações importantes de modo a adequar os indicadores e variáveis à escala local e à realidade metropolitana. Os critérios considerados para tanto foram: a) relevância, isto é, capacidade da variável em traduzir o fenômeno; b) aderência local, isto é, a capacidade da variável (indicador) em captar fenômeno produzido ou passível de transformação no plano local; e c) disponibilidade, cobertura e atualidade dos dados.
A escolha final das variáveis foi feita através de abordagem
indutiva, por meio de análise de correlação e análise multivariada de
componentes principais (ACP). As variáveis que mostraram alta
correlação com outras variáveis contidas no indicador foram
excluídas. Na ACP, aquelas que mostraram baixo poder explicativo da
variância total foram excluídas.
O Índice Ambiental é composto por oito indicadores. Quatro deles
medem a qualidade do ambiente no momento presente, tanto em relação
ao ambiente natural –recursos hídricos e cobertura vegetal– quanto em
relação ao ambiente construído –serviços sanitários e qualidade da
habitação– e se relacionam tanto aos objetivos de segurança ambiental
quanto aos objetivos de prevenção da degradação. Os outros quatro
indicadores se relacionam inversamente com o estresse ambiental gerado
pela intervenção antrópica sobre as áreas urbanas e são uma medida
dos objetivos de segurança ambiental e prevenção da degradação.
Os indicadores utilizados em relação à qualidade do ambiente foram:
- Recursos hídricos.
A qualidade dos recursos hídricos é um dos aspectos mais importantes
em relação aos objetivos de segurança ambiental urbana, uma vez que o
comprometimento dos recursos hídricos fragiliza os sistemas naturais
e compromete as condições de vida da população local. É também um
aspecto importante em relação à prevenção da degradação ambiental,
pois uma alta qualidade dos recursos hídricos indica sucesso na
prevenção da degradação deste recurso natural básico. O cálculo do
indicador de qualidade dos recursos hídricos foi feito usando
metodologia elaborada pelos órgãos ambientais estaduais das regiões
metropolitanas estudadas, que permitem a comparabilidade dos
resultados. Este indicador é composto de uma série de variáveis
físico-químicas, tais como temperatura, turbidez, Ph, condutividade,
demanda química de oxigênio, demanda bioquímica de oxigênio, fenóis,
oxigênio dissolvido, mercúrio, níquel, óleos e graxas, amônia,
dentre outros.
Os dados utilizados na construção dos indicadores são provenientes dos órgãos ambientais estaduais.
Os dados utilizados na construção dos indicadores são provenientes dos órgãos ambientais estaduais.
- Cobertura vegetal.
A preservação da cobertura vegetal também é de importância central
para os objetivos de segurança ambiental e prevenção da degradação,
uma vez que a vegetação original não apenas é, por si só, recurso
natural básico, como também é suporte para a biodiversidade
faunística e age como uma proteção natural contra a poluição
atmosférica e alterações micro climáticas. O indicador de cobertura
vegetal foi medido através da relação entre a cobertura vegetal
remanescente e a área de domínio da cobertura original, a partir dos
dados obtidos através de processamento de imagens de satélite e
estudos da Fundação SOS Mata Atlântica.
Um terceiro indicador de importância chave em relação à qualidade
do ambiente natural, a qualidade do ar, não foi incorporado ao índice
por ausência de dados de monitoramento atmosférico confiáveis para a
grande maioria dos municípios para os quais calculamos o indicador.
No entanto, dentre os indicadores de estresse ambiental, dois são
boas proxies da pressão exercida sobre a qualidade do ar, a
saber, pressão industrial e pressão veicular. Desta forma, a ausência
de um indicador de qualidade do ar não compromete a validade do
índice ambiental.
Esta versão também não incorpora indicador de qualidade do solo,
também de importância chave em relação à qualidade do ambiente
natural, mais uma vez por falta de dados para a maior parte dos
municípios estudados.
- Serviços sanitários.
Este indicador é de importância central para os objetivos de
segurança ambiental e prevenção da degradação. Água potável é uma
das necessidades humanas mais básicas e o acesso a ela implica em
redução de doenças de veiculação hídrica e em aumento da qualidade de
vida.
A falta de saneamento básico é um problema grave de saúde pública, responsável por inúmeras doenças e mortes, além de ser uma ameaça aos recursos hídricos. O indicador toma como proxy o acesso à rede pública de fornecimento de água, instalação sanitária adequada e acesso à coleta regular de resíduos sólidos urbanos, baseado no pressuposto que acesso a infra-estrutura sanitária adequada implica muito provavelmente em acesso a água potável, coleta de esgoto e disposição adequada de resíduos sólidos. Os dados utilizados na construção do indicador provém do Censo Demográfico de 2000 (IBGE, 2000).
A falta de saneamento básico é um problema grave de saúde pública, responsável por inúmeras doenças e mortes, além de ser uma ameaça aos recursos hídricos. O indicador toma como proxy o acesso à rede pública de fornecimento de água, instalação sanitária adequada e acesso à coleta regular de resíduos sólidos urbanos, baseado no pressuposto que acesso a infra-estrutura sanitária adequada implica muito provavelmente em acesso a água potável, coleta de esgoto e disposição adequada de resíduos sólidos. Os dados utilizados na construção do indicador provém do Censo Demográfico de 2000 (IBGE, 2000).
- Habitação adequada.
Este indicador é de importância central para o objetivo de segurança
ambiental, no que se refere à segurança do ambiente construído,
pois habitação inadequada implica em exposição a maiores riscos de
morbidade e mortalidade. Além disso, diz respeito à necessidade
humana básica de abrigo. O indicador toma como proxy o inverso da
taxa de habitações sub normais. Habitações sub-normais correspondem a
domicílios localizados em favelas e cortiços. Os dados utilizados na
construção do indicador provém do Censo Demográfico de 2000 (IBGE,
2000).
Os indicadores utilizados para medir o estresse ambiental gerado pela pressão antrópica foram:
- Pressão industrial.
Este indicador mede a pressão exercida pelas atividades industriais
sobre o ambiente e a qualidade de vida da população e se relaciona
aos objetivos de seguraça ambiental e prevenção da degradação.
Atividades industriais estão as principais fontes pontuais de
poluição atmosférica, hídrica e do solo. A intensidade energética
–energia consumida sobre o valor da produção em reais- foi
considerada proxy da pressão industrial, acompanhando a
literatura internacional que considera que indústrias com maior
potencial poluidor apresentam, em geral, menor eficiência energética.
Os dados utilizados na construção do indicador são provenientes das
empresas fornecedoras de energia elétrica.
- Pressão intra-domiciliar.
Este indicador mede a pressão exercida pelos domicílios
superpovoados. Domicílios superpovoados implicam em reduzido espaço
por pessoa e no uso de um único cômodo para cozinhar, dormir e
realizar outras atividades domésticas, o que é considerado pela
literatura como frequentemente associado a alto risco para a saúde
humana (UNCHS, 2004). Também representam uma pressão para a
construção de novas unidades residenciais, uma vez que devido ao
baixo poder aquisitivo da população que demanda as novas unidades
residenciais estas serão, em geral, construídas em favelas e outras
ocupações irregulares, representando portanto um potencial para o
crescimento do número de domicílios em condições sub-normais. O
indicador foi medido através de duas variáveis, média de residentes
por cômodos e a média de moradores por domicílio. Os dados
utilizados na construção do indicador provém do Censo Demográfico de
2000 (IBGE, 2000).
As metrópoles brasileiras, por sua heterogeneidade, combinam
desafios à sustentabilidade advindos da pobreza –como favelas,
domicílios superpovoados, domicílios desprovidos de infra-estrurura
básica- com desafios provenientes da riqueza –como a existência de
uma parcela da população com altos padrões de consumo e uso intensivo
de recursos naturais. A intensidade no uso energético domiciliar,
medida pelo consumo energético domiciliar per capta, foi tomada como
próxy da pressão por consumo doméstico. Tal escolha se deu em função
de um alto consumo de energia elétrica domiciliar estar via de regra
relacionado à utilização intensiva de aparelhos elétricos e
eletrônicos, o que por sua vez denota um alto padrão de consumo. Os
dados utilizados na construção do indicador são provenientes das
empresas de fornecimento de energia elétrica.
- Pressão automotiva.
Este indicador mede a pressão exercida pelo número de veículos em
circulação. Veículos são a principal fonte de emissão de poluentes
atmosféricos em regiões densamente urbanizadas. O número de veículos
per capta é tomado como proxy da pressão automotiva. As informações
para a construção deste indicador são provenientes da base de dados
do governo estadual usada na cobrança de impostos sobre veículos
automotivos.
O Índice de Capacidade Político-Institucional avalia a capacidade do sistema político-institucional e da sociedade de enfrentar os desafios da sustentabilidade urbana e oferecer respostas aos problemas a ela relacionados. Está relacionado às prioridades de sustentabilidade urbana relativas ao fortalecimento da cidadania e promoção do engajamento cívico.
Ele é formado por quatro indicadores: autonomia político-administrativa; gestão pública municipal; gestão ambiental municipal; informação e participação política. Como mostra Environmental Sustainabiliy Index (2002), para que a sustentabilidade ambiental possa ser atingida, é necessário dotar as administrações locais de capacidade social e institucional, assim como construir padrões sociais de habilidades, atitudes e trabalho, para que se possa promover mudanças efetivas ao meio ambiente. O índice de Capacidade Política-Institucional foi medido através dos seguintes indicadores:
O Índice de Capacidade Político-Institucional avalia a capacidade do sistema político-institucional e da sociedade de enfrentar os desafios da sustentabilidade urbana e oferecer respostas aos problemas a ela relacionados. Está relacionado às prioridades de sustentabilidade urbana relativas ao fortalecimento da cidadania e promoção do engajamento cívico.
Ele é formado por quatro indicadores: autonomia político-administrativa; gestão pública municipal; gestão ambiental municipal; informação e participação política. Como mostra Environmental Sustainabiliy Index (2002), para que a sustentabilidade ambiental possa ser atingida, é necessário dotar as administrações locais de capacidade social e institucional, assim como construir padrões sociais de habilidades, atitudes e trabalho, para que se possa promover mudanças efetivas ao meio ambiente. O índice de Capacidade Política-Institucional foi medido através dos seguintes indicadores:
- Autonomia político-fiscal.
Este indicador capta o grau de independência fiscal e política do
governo local, que interfere diretamente em sua capacidade de
executar políticas públicas e estabelecer suas prioridades.
Considerou-se como proxies
a autonomia fiscal e o peso eleitoral. Autonomia fiscal é calculada
como a relação entre arrecadação própria e os recursos advindos das
transferências governamentais, expressando o grau de
independência do governo local na obtenção de receitas públicas, o
qual condiciona em grande parte o grau de autonomia para estabelecer
prioridades.
O peso eleitoral é calculado como a relação entre o número de eleitores do município sobre o número de eleitores do estado e a população do município sobre a população do estado, aqui tomado como uma proxy da influência do município no processo eleitoral, visto que o comparecimento às eleições no Brasil é obrigatório e a prática de ser eleitor em município outro que o da residência principal significativo em algumas regiões metropolitanas. Os dados utilizados na construção dos indicadores provém de banco de dados da Secretaria do Tesouro Nacional e dos Tribunais Eleitorais Estaduais.
O peso eleitoral é calculado como a relação entre o número de eleitores do município sobre o número de eleitores do estado e a população do município sobre a população do estado, aqui tomado como uma proxy da influência do município no processo eleitoral, visto que o comparecimento às eleições no Brasil é obrigatório e a prática de ser eleitor em município outro que o da residência principal significativo em algumas regiões metropolitanas. Os dados utilizados na construção dos indicadores provém de banco de dados da Secretaria do Tesouro Nacional e dos Tribunais Eleitorais Estaduais.
- Gestão pública municipal.
Este indicador capta a eficiência da máquina pública municipal e a
existência de mecanismos de tomada de decisão democráticos que
facilitem o engajamento cívico e fortaleçam a participação cidadã. O
indicador toma como proxies: porcentagem de funcionários com
educação superior; grau de informatização da máquina pública local;
existência de instrumentos de gestão urbana; existência e
regularidade no funcionamento dos Conselhos Municipais de
Desenvolvimento Urbano e de Habitação. As três primeiras proxies
medem a eficiência da máquina pública e a última mede a existência e
funcionamento efetivo de mecanismos de gestão urbana democrática. Os
dados utilizados na construção do indicador são provenientes da
Pesquisa de Informações Municipais-Gestão Pública (IBGE, 2004).
- Gestão ambiental municipal.
Este indicador capta a eficiência da máquina pública municipal na
gestão ambiental. O indicador toma como proxies a existência e a
regularidade das reuniões do Conselho de Meio Ambiente e as unidades
de conservação municipal por 100 mil habitantes. As primeira proxy
mede a existência e funcionamento efetivo de mecanismos de gestão
ambiental democrática e a segunda mede um resultado específico da
política pública local de conservação de recursos naturais. Os dados
utilizados na construção do indicador são provenientes da Pesquisa
de Informações Municipais-Gestão Pública (IBGE, 2004).
- Informação e participação política.
Este indicador capta o grau de engajamento cívico e da participação
cidadã. Toma como proxies: presença de ONGs ambientalistas
registradas no Cadastro Nacional de ONGs Ambientalistas; participação
político eleitoral –proporção de votos válidos nas últimas eleições
municipais; peso da imprensa escrita e falada local na imprensa
estadual (número de jornais ou rádios do município sobre o número de
jornais ou rádios total no estado). Uma opinião pública bem
informada é pré-requisito para o engajamento cívico. A participação
político-eleitoral é uma boa medida do grau de interesse e
envolvimento da população no governo local
.
.
A presença de organizações ambientalistas legalizadas e
acreditadas indica exercício de cidadania ambientalizada e
engajamento cívico em questões relacionadas à sustentabilidade. Os
dados utilizados na construção do indicador são provenientes da
Pesquisa de Informações Municipais-Gestão Pública (IBGE, 2004) e de
banco de dados dos Tribunais Eleitorais Estaduais.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal –IBGE/FJP/PNUD– foi
incorporado ao sistema de índices por sua credibilidade, disponibilidade
e atualização para todos os municípios estudados. Ele mede as
prioridades de sustentabilidade urbana relativas à superação da
pobreza e promoção da equidade.
O IDHM mede em escala municipal os mesmos fenômenos medidos pelo
consagrado Índice de Desenvolvimento Humano. Para a avaliação da
dimensão educação, o cálculo do IDH municipal considera dois
indicadores: taxa de alfabetização de pessoas acima de 15 anos de
idade (com peso dois) e a taxa bruta de frequência à escola (com peso
um). O primeiro indicador é o percentual de pessoas com mais de 15
anos capaz de ler e escrever um bilhete simples (ou seja, adultos
alfabetizados). O segundo indicador é resultado de uma conta simples:
o somatório de pessoas (independentemente da idade) que frequentam
os cursos fundamental, secundário e superior é dividido pela
população na faixa etária de 7 a 22 anos da localidade. Para a
avaliação da dimensão longevidade, o IDH municipal considera o mesmo
indicador do IDH de países: a esperança de vida ao nascer. O
indicador de longevidade sintetiza as condições de saúde e
salubridade daquele local, uma vez que quanto mais mortes houver nas
faixas etárias mais precoces, menor será a expectativa de vida
observada no local. Para a avaliação da dimensão renda, o critério
usado é a renda municipal per capita, ou seja, a renda média de cada
residente no município. A sua principal desvantagem é a pequena
variação que apresenta de um município para o outro nas regiões
metropolitanas, não refletindo, em toda a sua amplitude, as profundas
desigualdades sociais intra-municipais (IBGE/FJP/PNUD, 2004).
Fonte: http://www.scielo.cl/