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28 junho 2017

TRANSFORMAÇÃO DE REJEITOS DE MINÉRIO EM CIMENTO

Reciclagem – Transformação de rejeito de Minério em cimento


Pesquisas da Escola de Engenharia transformam rejeito de minério em cimento, areia e pigmentos

O Brasil conheceu, de forma assustadora, no deslizamento de barragem em Mariana, o potencial de destruição do acúmulo do rejeito de minério de ferro.
TRANSFORMAÇÃO DE REJEITOS DE MINÉRIO EM CIMENTO
TRANSFORMAÇÃO DE REJEITOS DE MINÉRIO EM CIMENTO





 Poucos sabem também que esse rejeito pode ser reciclado. Pesquisadores da Escola de Engenharia da UFMG detêm a tecnologia para transformar rejeitos e estéreis de minerações de ferro, bauxita, fosfato e calcário em produtos como cimento – para construção de blocos, vigas, passeios, estradas –, areia – que pode alimentar a indústria de vidros e de chips de computador – e pigmentos, para a produção de tintas, por exemplo.
Diversas pesquisas são realizadas no Laboratório de Geotecnologias e Geomateriais do Centro de Produção Sustentável da UFMG, em Pedro Leopoldo (MG), em conjunto com empresas brasileiras, universidades federais, instituições internacionais e com apoio da Fapemig e do BDMG. A unidade conta com planta-piloto de calcinação flash (queima controlada), automatizada, com capacidade de produção de 200 kg/hora. A calcinação flash (CF) é tecnologia de ponta que possibilita calcinar microparticulados, o que é impossível nos fornos convencionais. Essa propriedade da CF possibilita transformar alguns compostos mineralógicos das matérias-primas como rochas estéreis e rejeitos de tratamento em ligantes de alta resistência que geram, por exemplo, ecocimento.
“Da mesma forma que os antigos aproveitavam a propriedade pozolânica [de reagir com outras substâncias para gerar um ligante] das cinzas vulcânicas e da argila, é possível submeter estéreis de mina e lama de barragens à calcinação ultrarrápida para obter cimentos e outros derivados”, afirma o professor Evandro Moraes da Gama, do Departamento de Engenharia de Minas. Ele coordena o Laboratório de Geotecnologias e Geomateriais, ao lado do professor Abdias Magalhães Gomes, do Departamento de Engenharia de Materiais de Construção.
Evandro da Gama salienta que é possível aglomerar o rejeito em forma de pelotas – como se faz com o próprio minério –, em pilhas, com 100% de segurança, dispensando a utilização da água e eliminando a estocagem de rejeitos em barragens. “Essas pilhas seriam verdadeiros estoques de matéria-prima para os ecoprodutos”, ele diz.
O pesquisador explica que os solos do Hemisfério Sul – lateríticos e cauliníticos – são mais fáceis de serem encontrados. “Aqui o tratamento do solo gera produto final mais rico em propriedades pozolânicas. As rochas alteradas e intemperizadas são pulverulentas, e a granulometria natural é favorável à calcinação flash. Como as partículas são muito finas e próximas de sua forma cristalográfica, são transformadas após a calcinação em metasssubstâncias minerais, que criam superfícies específicas muito grandes. Dessa forma, podem ‘agarrar’ com mais facilidade outras partículas minerais. Isso gera o cimento.”

Estéril e Rejeito

O estéril de mina é formado por rochas que não contêm o minério de ferro, mas que precisam ser retiradas junto com o itabirito, por exemplo, para fazer a chamada cava de mina e possibilitar a atividade da mineração. “Esse estéril é reunido em depósitos controlados que não levam água e que representam importante passivo ambiental. Quando a água passa por esses depósitos, são gerados produtos indesejáveis com impacto sobre rios e florestas”, comenta Evandro da Gama.
O rejeito, por sua vez, é formado pela concentração do ferro no tratamento e tem natureza argilosa e arenosa. A utilização de água no tratamento forma a lama. “A lama e o rejeito arenoso são levados para barragens, que são obras geotécnicas de terra, feitas com técnicas da década de 1960. São obras frágeis e de risco”, diz o professor. Ele ressalta que, até por volta do ano 2000, as barragens tinham até 50 ou 60 metros de altura e hoje chegam a 200 metros, o que demonstra “falta de bom senso”.

Política nacional

Nos anos 1990, no Brasil e em outros países, segundo Evandro da Gama, começou a se perceber o aumento exponencial de rejeito e estéril de mina. As pesquisas na UFMG visando ao aproveitamento do rejeito de minério de ferro começaram há cerca de dez anos, com apoio de empresas e órgãos de fomento do governo.
O professor defende que pesquisas e produção sejam estimuladas por políticas nacionais de desenvolvimento, incluindo isenção de impostos e ações de valorização dos produtos ecológicos. “Países como a França, a China e o Canadá produzem derivados em larga escala. A França, por exemplo, já extinguiu a atividade mineradora”, destaca Evandro da Gama. “No Brasil, é preciso aproximar a indústria de transformação da indústria da mineração. Parte significativa do passivo ambiental pode ser transformado em matéria-prima para a construção da infraestrutura do país. ”
O rejeito arenoso pode ser reaproveitado, por exemplo, como brita para base e sub-base de estradas. Segundo Evandro da Gama, o volume da barragem que rompeu – cerca de 63 milhões de metros cúbicos – poderia ser transformado em base e sub-base para uma estrada com 3.500 quilômetros ou na construção de 120 vilas com 200 casas de 46 m2 de área total, ou seja, 120 cidades como Bento Rodrigues, o subdistrito arrasado pelo rompimento das barragens da Samarco.
Evandro da Gama e Abdias Gomes construíram uma casa de 46 m2 com rejeitos e estéreis de mineração de ferro. “A casa, que está em exposição no Laboratório de Pedro Leopoldo, tem custo 30% menor na comparação com materiais e metodologia de construção convencionais. E é extremamente confortável”, afirma Evandro da Gama. “Tem-se falado na reconstrução de Bento Rodrigues. Por que não lançar mão do próprio rejeito para erguer as casas e pavimentar as vias?”, questiona o professor.
(Itamar Rigueira Jr.)
– Via Site da UFMG
Fonte: https://www.eng.ufmg.br

DESENVOLVIMENTO DA METODOLOGIA DE RACIONALIZAÇÃO EM CANTEIRO DE OBRAS

Desenvolvimento da Metodologia de Racionalização em canteiro de obras


Desenvolvimento da Metodologia de Racionalização em canteiro de obras
Desenvolvimento da Metodologia de Racionalização em canteiro de obras


A metodologia a ser aplicada, constitui-se basicamente de cinco etapas: observar, medir, esboçar, pensar e corrigir.

Desenvolvimento da Metodologia de Racionalização em canteiro de obras
Desenvolvimento da Metodologia de Racionalização em canteiro de obras

A experiência comprova que a grande ferramenta da racionalização é o pensar, deter-se diante de uma determinada situação e não ter medo de ousar! É preciso tentar ir além do cotidiano, aventurar-se em soluções inusitadas, testá-las e registrar seus resultados.
O processo analisado será observado, serão efetuadas as medições necessárias, tempo gasto em cada processo, distâncias percorridas, número de pessoas e máquinas envolvidas. O fluxo do trabalho será registrado em um esboço que servirá para análise. Em seguida serão introduzidas correções e ajustes no processo que será novamente observado e medido para comparações de resultados.
O fluxo abaixo demonstra o método aplicado de forma sequenciada com etapas definidas.
É importante que a definição e o entendimento de ciclo de trabalho analisado estejam bem incorporados ao responsável pela análise do processo ou pelo time de racionalização, já que exercerá influência nas medições e nos resultados.
Define-se ciclo de trabalho um conjunto de ações com início e término bem caracterizado que se repita na execução de determinado processo; o estudo deverá se ater à análise de um ciclo podendo avaliar diversos ciclos do mesmo processo para que os resultados sejam representativos.
Por exemplo: imagine que seria estudado a produção, transporte e entrega no local de aplicação de concreto estrutural em uma obra; a produção do concreto é feita no próprio canteiro em betoneira de 320 l com carregador, será então observada a produção, transporte e entrega de 01 (uma) betonada de concreto e poderíamos dizer que o ciclo de trabalho observado seria: 01 betonada = 0,32m³. Dentro deste foco poder-se-ia aplicar a metodologia de observar, medir (deslocamento de homens, máquinas e material), transferir a observação com suas medidas para um esboço (layout) e então pensar em mudanças que propiciassem redução de distâncias, tempos, estoques intermediários, esforço físico desnecessário e energia, aumentando assim a produtividade e tornando a tarefa menos fatigante. Também é importante determinar quais unidades (intervalos de tempo) poderiam ser adotadas para o estudo do ciclo de trabalho e aí, a variável e o tempo total de cada ciclo e os processos intermediários.
No caso citado pode-se adotar como unidade de tempo o minuto, já que um ciclo não levaria mais do que 10 minutos para ser iniciado e concluído (suposição para efeito de definição). Bem, agora a pergunta que cabe é: como utilizar esta metodologia e quais formulários usar.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

27 junho 2017

OS TIMES DA RACIONALIZAÇÃO EM CANTEIRO DE OBRAS

Os Times de Racionalização em canteiro de obras

Em muitas situações de estudo de melhoria em canteiros de obras é possível que apenas uma pessoa seja capaz de identificar e propor modificações no processo, porém situações mais complexas podem muitas vezes exigir a ação de um grupo de pessoas que estejam diretamente envolvidos, seria então formado um time de racionalização (TR) para cada obra que seria composto de funcionários líderes e de funcionários da área de produção.

Este time teria como função observar sistematicamente as possíveis situações passíveis de melhoria, identificá-las, definir métodos de melhoria e coordenar sua implementação registrando sempre as situações anteriores e as atuais melhoradas.

Racionalização em canteiro de obras
Racionalização em canteiro de obras


O maior objetivo do time é sem dúvida a troca de informações e ideias entre todos os envolvidos. É também importante registrar que o time pode e deve ser alterado de acordo com a área a ser estudada.

Vale salientar também que as ideias e conhecimentos de todos devem ser aproveitadas. Geralmente operários de produção são capazes de apresentar rapidamente e sem esforço, soluções criativas e apropriadas que poderão diminuir custos, evitar retrabalho, aumentar a qualidade, melhorar a motivação para a produtividade, diminuir prazos de execução, além de organizar o trabalho (GEHBAUER, 2004).

É importante que um coordenador seja designado para que este possa planejar, convocar e registrar as reuniões.

Em casos específicos e complexos, as reuniões podem ser conduzidas por um moderador que poderá fazer parte ou não da empresa; em nenhuma hipótese o coordenador ou moderador deverá impor ideias, a proposta é estabelecer mecanismos de participação de todo o grupo, estimulando a todos a formular ideias e solucionar conflitos que eventualmente possam surgir.

A formação básica seria entre 3 a 6 participantes por time que teriam as seguintes tarefas:

• identificar problemas;

• analisar as causas;

• selecionar as soluções;

• estabelecer um cronograma de ações;

•controle.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

22 junho 2017

A RACIONALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA A REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS - Procedimentos Gerais

Procedimentos Gerais

Para que o processo de racionalização surta efeito e se instale de forma permanente na empresa é necessário que o estímulo venha a partir dos níveis mais altos da organização através, por exemplo, da possibilidade de participação dos empregados na rentabilidade melhorada ou através de bônus salarial.

Os esforços de racionalização podem ser simples, dispensando maiores qualificações profissionais por parte dos funcionários ou mais complexas, exigindo ações de capacitação que devem ser implantadas juntamente com as novidades propostas (GEHBAUER, 2003).

A racionalização proporciona à empresa redução significativa dos tempos e custos das tarefas e o consequente aumento de produtividade e qualidade.

A ferramenta PDCA15 é a base da racionalização: o planejamento (P) seria a escolha da área de trabalho a ser analisada, escolha de equipe de estudo e a aplicação de várias metodologias para o planejamento da melhoria; na fase do agir (D) tudo que foi planejado é posto em prática e testado e a avaliação (C) dos resultados irão orientar as possíveis correções do planejamento inicial (A).



Procedimentos Gerais
A RACIONALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA A REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS 


PLANEJAR (P):

1 – Selecionar a área

2 – Estabelecer time de estudo

3 – Elaborar cronograma de barras do processo

4 – “Brainstorming” para eliminar etapas desnecessárias

5 – Reavaliar o processo em relação à segurança

6 – Utilizar a experiência na prevenção de falhas

7 – Determinar mão de obra, ferramentas, máquinas etc

FAZER (D):

8 – Experimentar ideias

AVALIAR (C):

9 – Descrever e avaliar as ações: etapas, sequências, prazos, falhas e retrabalhos, perigos, recursos usados, resultados

AGIR (A):

10 – Reunir de novo o time e solicitar ideias

11 – Definir método melhorado como novo objetivo GEHBAUER, 2003 Métodos para análise e melhoria dos processos:

• observar por inteiro;

• minimizar transportes;

• minimizar estoques;

• balancear equipes;

• definir pontos de interface entre elos da produção;

• planejamento semanal de trabalho, recursos, rendimentos

Algumas recomendações importantes para a análise dos processos:

• procurar identificar a (s) pessoa (s) chave, responsável (is);

• as informações levantadas no início das observações devem se estender ao longo de todo o processo de implementação agregando novas observações;

• recomenda-se começar a instalar o processo em uma obra não problemática e só então transferir a metodologia para uma obra em crise, pois muitas vezes a crise tem razões fora da obra.

Na implementação da metodologia de racionalização é tão importante obter-se a adesão das pessoas que acreditam, como das pessoas que provavelmente irão criar dificuldades, pois dessa forma, fi cará mais fácil prever os prováveis obstáculos e assim planejar de forma a transpô-los. As experiências vivenciadas e compartilhadas ajudam no desenvolvimento do planejamento e o operário colabora com sua criatividade quando percebe que a direção está empenhada em melhorias do sistema não devendo nunca ser excluído do processo, muito pelo contrário.

Algumas estratégias úteis:

• incluir pessoas que podem ajudar e pessoas que possam impedir;

• criar o hábito de incluir experiências como parte do planejamento;

• os líderes empenhados no desenvolvimento da melhoria estimulam os operários a desenvolver ideias;

• definir recursos adicionais e/ou modificados para a implementação;

• criar o hábito de registrar (de preferência com fotos) as situações existentes antes e depois das implementações de melhoria formando um arquivo que poderá ser utilizado em ações futuras.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

A RACIONALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA A REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS

A construção civil hoje assume seu papel de indústria competitiva que registra os maiores índices de capacidade de emprego. Porém, ao contrário das outras indústrias de transformação, a construção civil possui peculiaridades que ao mesmo tempo em que dificultam o emprego de metodologias específicas, estimulam o sentimento de “engenhar” na busca de soluções mais econômicas e mais rápidas. Alie-se a isto a necessidade do setor de adequar-se às novas tendências industriais no que diz respeito à capacidade de reduzir-se ao mínimo o consumo dos recursos naturais e os resíduos gerados nos processos.
A RACIONALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA A REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS
A RACIONALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA A REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS

É preciso a conscientização de que o desperdício gerado na construção civil, seja por exigências de clientes, seja por planejamento inadequado, resulta em prejuízo para toda a sociedade. Os recursos naturais utilizados na fabricação dos insumos são limitados, sendo inadmissível que estes insumos sejam devolvidos em forma de resíduos, descontroladamente ao meio ambiente, criando cada vez mais situações desfavoráveis no sistema.

Racionalizar, portanto, é palavra de ordem hoje no meio industrial e a construção civil empenha-se em contribuir como um setor de fundamental importância na economia do país.

A racionalização da construção tem como objetivo a otimização do processo de construção (aumento de produtividade, rentabilidade e qualidade) através da aplicação de alguns princípios de economia. De acordo com Gehbauer (2004) a racionalização pode ser definida como sendo um “estudo do sistema de produção estabelecido com base na realidade, com o objetivo de defi nir melhorias”.

A racionalização visa principalmente:

• melhorar as inter-relações: homem – homem e homem – máquina;

• melhorar o fluxo de materiais e produtos;

• melhorar o fluxo de informações; e

• melhorar a organização do processo de produção.

É importante desmistificar a ideia que para que aconteça a racionalização dos processos é necessário um grande investimento financeiro por parte da organização, com a introdução de novas tecnologias construtivas ou implementação de novos equipamentos no canteiro. A racionalização muitas vezes acontece com ações simples, com pequenas alterações na rotina de trabalho dos operários que produzirão frutos no tocante a melhoria do processo construtivo, economia de tempo, material e mão-de-obra, além de se evitar muitas vezes, a geração de resíduos.

No livro Racionalização na Construção Civil: como melhorar processos de produção e de gestão de Fritz Gehbauer é apresentada uma metodologia para promoção da racionalização no canteiro de obras. A metodologia foi desenvolvida pelo autor no âmbito do Projeto Competir e já foi implementada em mais de 100 obras em várias cidades do Nordeste do Brasil.

Este autor destaca que a produção na construção civil é marcada por uma série de particularidades: produto individual, para cada produto tem-se um novo local de produção, projetos de curta duração, local de trabalho sujeito às variações climáticas, cliente interferindo no processo de produção, entre outros. Este ambiente faz com que o gerente de obras esteja ocupado em manter os trabalhos em andamento e em administrar os problemas que surgem de forma reativa. Com estas dificuldades, resta pouco tempo para analisar os processos e introduzir melhorias. É neste ponto que os métodos desenvolvidos por este autor e que serão apresentados na sequência pretendem fornecer subsídios para se promover a racionalização.

Segundo este autor, a dinâmica da racionalização acontece em três níveis distintos, a saber:

• racionalização do tipo 1 (R1) g esforços de racionalização que visam o fluxo de material, a minimização das distâncias de transporte, a otimização das máquinas empregadas e a melhoria do fluxo de informações e da capacitação das pessoas envolvidas, ou seja, estudos de racionalização voltados para fatores que colocam efetivamente o processo de produção e do canteiro de obras no centro das atenções;

• racionalização do tipo 2 (R2) g esforços de racionalização que visam os processos gerais de uma empresa, representados na figura pela moldura que circunda a empresa. Incluído dentro dessa moldura está o gerenciamento das funções de apoio: aquisição, logística, novas tecnologias, disponibilização de recursos, gestão da informação, administração de pessoal, desenvolvimento de pessoal, estratégias, dentre outras;


• racionalização do tipo 3 (R3) g procura organizar a cadeia produtiva e suas interferências no foco da empresa.

Níveis Distintos da Racionalização.
Níveis Distintos da Racionalização.


A racionalização tipo R1 (canteiro de obras), que será o foco deste trabalho, na maior parte das vezes pode ser implantada com recursos disponíveis na própria obra. O objetivo maior é proporcionar condições para que o processo construtivo suprima os tempos de espera e de ociosidade nas equipes e nas interfaces entre sucessivas equipes de trabalho.

Observa-se deficiências nestas áreas muitas vezes causadas pela falta de conscientização de que vale a pena estudar os diferentes passos do trabalho detalhadamente e identificar possibilidades para pequenas ou grandes melhorias (GEHBAUER, 2004).

Com o aumento da mecanização dos processos de construção tornando os canteiros industriais, maior é a possibilidade de empregar métodos modernos de análise dos processos de construção. Apesar da singularidade de cada obra, é possível padronizar-se determinadas tarefas que invariavelmente são interligadas por uma sequência tecnológica. Detalhes da organização do trabalho muitas vezes são negligenciados, daí existir neste campo as grandes reservas de racionalização.

Em toda racionalização, se torna importante levar sempre em conta o fluxo contínuo de trabalho. Podem se utilizar de “amortecedores“ para que o ciclo subsequente não sofra interrupções, mesmo que o ciclo anterior tenha sido sujeito a variação de produção.

Outra fonte de possibilidades de racionalização é a ocorrência permanente de “retrabalho” causadas por erros e defeitos, além de execução incompleta de trabalho que ocorre em muitas obras causando um aumento exagerado nos custos para sua conclusão. Esta execução incompleta, ou seja, a falta de terminalidade na execução dos serviços, muitas vezes é causada por um planejamento inadequado que também propicia a falta de materiais necessários no momento da execução.

Outra causa da alta incidência de retrabalho nas obras está relacionado ao repetido manuseio de materiais que chegam às obras antes do prazo previsto para sua aplicação ou “antes do planejado” e aí o conceito de just in time 14 pode ser aplicado.

Vários níveis de Racionalização são envolvidos, porém o ponto de partida é o canteiro de obras onde precisa ser medido o dispêndio de horas e de onde precisam partir sugestões para a racionalização que, quando implementadas, trarão as melhorias.....Na próxima publicação será postado os procedimentos gerais!!! 
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

20 junho 2017

ENVOLVIMENTO DAS PESSOAS PARA UMA GESTÃO EFICIENTES DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRA

Envolvimento das Pessoas para uma Gestão Eficiente

Para que se consiga promover uma gestão de resíduos adequada é necessário que todos os agentes (equipe técnica e gerencial da obra, operários, empreiteiros e direção da empresa) estejam comprometidos com a nova proposta, pois todos precisarão contribuir para o sucesso da gestão dos resíduos. O comprometimento dos diversos envolvidos dependerá de treinamento e respeito às novas condições necessárias para a limpeza da obra, segregação e destinação responsável dos resíduos.
Envolvimento das Pessoas para uma Gestão Eficiente
Envolvimento das Pessoas para uma Gestão Eficiente

A gerência da obra deve prover condições para a gestão eficiente dos resíduos, destinando recursos para a compra e/ou confecção dos dispositivos necessários ao acondicionamento dos resíduos em quantidade suficiente. Junto com a equipe responsável pela segurança, a gerência da obra deve cobrar dos envolvidos a manutenção da limpeza e da segregação e a destinação responsável. Ações de valorização e estímulo ao envolvimento com a gestão dos resíduos contribuem para o bom resultado.

Os responsáveis pela destinação dos resíduos (geralmente o almoxarife ou comprador), devem estar sempre buscando informações sobre soluções para a destinação dos resíduos que privilegiem o reuso e a reciclagem.

Estes agentes são importantes também na fiscalização da destinação dos resíduos, mantendo registros através do CTR – Controle de Transporte de Resíduo.

Para o envolvimento dos operários, é fundamental realizar treinamentos de toda a equipe de produção, mostrando não só o que deve ser feito, mas também como e porquê deve ser feito.

Os agentes externos, empreiteiros e empresas terceirizadas, também devem ser envolvidos. Além de participar dos treinamentos, para Pinto et al (2005) é necessário que exista um compromisso formalizado para os agentes terceirizados, que deve contemplar:
• a necessidade de zelo com a limpeza e a organização permanentes da obra;

• responsabilidade dos empreiteiros pela má utilização dos insumos, materiais e dispositivos de uso comum;

• obrigação pela observância das condições estabelecidas para a triagem dos resíduos;
• em alguns casos, a responsabilidade compartilhada pela destinação dos resíduos, checando e aprovando solução para destinação e exigindo apresentação de documentação pertinente;

• avaliação dos empreiteiros em relação à limpeza da obra, triagem dos resíduos nos locais de geração, acondicionamento final e destinação (quando for aplicável), atribuindo notas e penalizando os responsáveis por irregularidades.

A motivação e treinamento constante dos agentes envolvidos são fundamentais para a gestão eficiente dos resíduos no canteiro.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

NORMAS BRASILEIRAS PARA GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Normas Brasileiras para a Gestão de Resíduos

A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas é o órgão responsável pela normalização técnica no país.

Sendo assim, ela é responsável pela criação das normas brasileiras sobre os mais diferentes temas.

A partir da necessidade manifestada pela sociedade brasileira é criada uma Comissão de Estudo (CE), com a participação voluntária de diversos segmentos da sociedade, para discussão do tema e, por fim, o Projeto de Norma é aprovado e encaminhado à Gerência do Processo de Normalização da ABNT para homologação e publicação como Norma Brasileira.

Ligado ao tema Gestão de Resíduos existem cinco normas brasileiras, a saber:


NORMAS BRASILEIRAS PARA GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
NORMAS BRASILEIRAS PARA GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL


NBR 15112:2004 Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos – Áreas de Transbordo e Triagem– Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação;

NBR 15113:2004 Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos Inertes – Aterros – Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação;

NBR 15114:2004 Resíduos Sólidos da Construção Civil – Áreas de Reciclagem – Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação;

NBR 15115:2004 Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil – Execução de Camadas de Pavimentação – Procedimentos; e

NBR 15116:2004 Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil – Utilização em Pavimentação e Preparo de Concreto sem Função Estrutural – Requisitos.
Estas normas são importante respaldo técnico e legal para estimular a segregação, reciclagem e destinação responsável dos resíduos.

Nos itens a seguir será discutido um pouco mais a respeito de cada uma delas.

NBR 15112 – Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos – Áreas de Transbordo e Triagem

Esta norma fixa os requisitos exigíveis para elaboração do projeto, implantação e operação de áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos.

Segundo a NBR 15112 áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT) é uma “área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente”.

A norma ainda traz: algumas definições relevantes ao tema, a classificação dos resíduos da construção civil seguindo as classes já estabelecidas pela Resolução 307 do CONAMA, as condições para implantação da ATT, as condições gerais para elaboração do projeto e as condições e diretrizes de operação. Para serem licenciadas as ATT´s devem seguir as diretrizes estabelecidas nesta norma.

NBR 15113 – Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos Inertes – Aterros - Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação

A NBR 15113 fixa os requisitos exigíveis para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos sólidos da construção civil classe A e de resíduos inertes. Visa também a reserva de materiais de forma segregada, possibilitando o uso futuro ou, ainda, a disposição destes materiais, com vistas à futura utilização da área, além de buscar a proteção das coleções hídricas ou subterrâneas próximas, das condições de trabalho dos operadores dessas instalações e da qualidade de vida das populações vizinhas.

Nesta norma, o aterro de resíduos da construção civil e de resíduos inertes é definido como uma área onde são empregadas técnicas de disposição de resíduos classe A e resíduos inertes no solo, visando a reservação de materiais segregados ao menor volume possível para um possível uso futuro dos materiais e/ou futura utilização da área, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.

A NBR 15113 ainda dispõe:

• a respeito das condições de implantação dos aterros (critérios para localização, acessos, isolamento e sinalização, iluminação e energia, comunicação, análise dos resíduos, treinamento e proteção das águas subterrâneas e superficiais);

• das condições gerais para projeto (responsabilidade e autoria do projeto, partes constituintes do projeto e forma de apresentação, memorial descritivo, memorial técnico, estimativa de custo e cronograma, desenhos e plantas); e

• das condições de operação (recebimento de resíduos no aterro, triagem dos resíduos recebidos, disposição segregada de resíduos, equipamentos de segurança, inspeção e manutenção e procedimentos para registro da operação).

NBR 15115 – Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos

A NBR 15115 tem por objetivo o estabelecimento de critérios para execução de camadas de reforço do subleito, sub-base e base de pavimentos, bem como camada de revestimento primário, com agregado reciclado de resíduo sólido da construção civil, denominado agregado reciclado, em obras de pavimentação.

Estabelece ainda:

• os requisitos necessários aos materiais que serão empregados para a execução das camadas de reforço,

• os equipamentos básicos indicados para execução das camadas,
• de que forma deve acontecer a execução das camadas, e
• quais os ensaios e verificações necessárias após a execução.

NBR 15116 – Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil – Utilização em Pavimentação e Preparo de Concreto sem Função Estrutural - Requisitos

Esta norma estabelece os requisitos para o emprego de agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Os agregados reciclados de que a norma trata destinam-se:

• a obras de pavimentação viária (camada de reforço de subleito, sub-base e base de pavimentação ou revestimento primário de vias não pavimentadas) e
• ao preparo de concreto sem função estrutural.

Estabelece ainda:

• requisitos gerais e específicos para agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem função estrutural; e
• controle da qualidade e caracterização do agregado reciclado.
A NBR 15116 traz em seus anexos procedimentos para a determinação da composição dos agregados reciclados graúdos por análise visual e para a determinação do percentual de materiais não-minerais dos agregados reciclados miúdos por líquidos densos.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos

16 junho 2017

DESTINAÇÃO COM RESPONSABILIDADE DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Destinação Responsável

De acordo com a Resolução 307 do CONAMA os geradores também são responsáveis pela destinação final dos resíduos quando não sejam viáveis o reuso ou reciclagem dos resíduos na própria obra. Sendo assim, as obras são responsáveis por todos os resíduos que são retirados sendo passíveis de multas definidas pelos municípios em caso de deposição irregular.

DESTINAÇÃO COM RESPONSABILIDADE DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
DESTINAÇÃO COM RESPONSABILIDADE DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL



Ao se retirar os resíduos do canteiro é necessário atentar para alguns pontos, a saber:

• é preciso que o veículo que será usado no transporte seja compatível com a forma que os resíduos estão acondicionados na obra. Muitos municípios exigem que os transportadores de resíduos classe A sejam cadastrados;

• deve-se buscar reduzir os custos com a coleta e remoção dos resíduos, portanto parcerias com cooperativas devem ser estimuladas; e

• deve-se adequar os equipamentos utilizados para coleta e remoção dos resíduos aos padrões definidos em legislação e/ou pelos receptores.

Além disso, é necessário definir o local onde os resíduos serão depositados. A tabela a seguir possibilita a identificação de algumas soluções de destinação para os resíduos gerados. No entanto é necessário verificar quais as soluções disponíveis em cada cidade / região do país.


Tabela 5 – Soluções de Destinação (adaptada de PINTO et al, 2005).

Tipos de Resíduo
Cuidados Requeridos
Destinação
Blocos de concreto, blocos cerâmicos, argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados.
Privilegiar soluções de destinação que envolvam a reciclagem dos resíduos, de
Modo a permitir seu aproveitamento como agregado.
Áreas de transbordo e triagem, áreas para reciclagem ou aterros de resíduos de construção civil licenciadas pelos órgãos competentes.
Os resíduos Classe A podem ser reciclados para uso em pavimentação e concretos sem função estrutural.
Madeira
Para uso em caldeira, garantir separação da serragem dos demais resíduos de madeira.
Verificar na legislação municipal
restrições ao uso como combustível (Ex: Padarias em Salvador)
Atividades econômicas que possibilitem a reciclagem destes resíduos, a reutilização de peças ou o uso como combustível em fornos ou caldeiras.
Plásticos (embalagens, aparas de tubulações, etc.)
Máximo aproveitamento dos materiais contidos e a limpeza da embalagem.
Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos.
Papelão (sacos e caixas de
embalagens) e papéis
(escritório)
Proteger de intempéries.
Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos.
Metal (ferro, aço, fiação
revestida, arames, etc.)
Para latas de tinta, garantir o uso total do material contido nas latas.
Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos.
Serragem
Ensacar e proteger de intempéries.
Reutilização dos resíduos em superfícies impregnadas com óleo para absorção e secagem, produção de briquetes (geração de energia), uso na compostagem ou outros usos.
Gesso em placas acartonadas
Proteger de intempéries.
É necessário verificar a possibilidade de reciclagem pelo fabricante ou empresas de reciclagem.
Áreas de transbordo e triagem (verificar a disponibilidade na região).
Gesso de revestimento e
artefatos
Proteger de intempéries.
É necessário verificar a possibilidade do aproveitamento pela indústria gesseira e empresas de reciclagem.
Solo
Examinar a caracterização prévia dos solos para definir destinação.
Desde que não estejam contaminados, destinar a pequenas áreas de aterramento ou em aterros de resíduos de construção civil, ambos devidamente licenciados/autorizados pelos órgãos competentes.
Telas de fachada e de proteção
Não há.
Possível reaproveitamento para a confecção de bags e sacos ou até mesmo por recicladores de plásticos.
EPS
Confinar, evitando dispersão.
Possível destinação para empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam, reciclam ou aproveitam para enchimentos (ver disponibilidade na região).
Materiais, instrumentos e
embalagens contaminadas por resíduos perigosos
Maximizar a utilização dos materiais para a redução dos resíduos a descartar.
Encaminhar para aterros licenciados para recepção de resíduos perigosos.
Tabela formatada por Frank e Sustentabilidade

É interessante que todas as obras tenham um cadastro com transportadores e destinatários (cooperativas e compradores de resíduos). Além disso, os resíduos devem ser encaminhados para o local de destinação acompanhados do CTR – Controle de Transporte de Resíduos, item de exigência da norma NBR 15112:2004 – Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos.

Esta norma estabelece que o CTR deverá ser emitido em três vias (gerador, transportador e destinatário) e ter um conteúdo mínimo, a saber:

• Transportador - nome, CPF e/ou razão social e inscrição municipal;

• Gerador / origem - nome, CPF e/ou razão social e CNPJ;

• Endereço da retirada;

• Destinatário - nome, CPF e/ou razão social e CNPJ;

• Endereço do destino;

• Volume (m3) ou quantidade (t) a ser transportada;

• Descrição do material predominante - solo, material asfáltico, madeira, concreto/argamassas/alvenaria, volumosos (incluindo pedras) ou outros (especificar);

• Data;

• Assinatura do transportador;

• Assinatura da área de transbordo e triagem; e

• Assinatura da área de destinação de resíduos.
Fonte do texto:fieb.org.br/Adm/Conteudo/uploads/Livro-Gestão-de-Resíduos